Descubra a jornada fascinante e tumultuosa da Victoria's Secret, uma marca que redefiniu a sensualidade e desafiou as normas da moda ao longo das décadas.
A Victoria's Secret é mais do que uma marca de lingerie; ela é um ícone cultural que moldou a percepção da moda íntima por décadas. Sua história é marcada por ascensão meteórica, controvérsias e transformações, refletindo as mudanças sociais e as tendências da indústria da moda. Descubra hoje a origem da marca Victoria's Secret.
O fundador da Victoria's Secret: Roy Raymond
Roy Raymond nasceu em 15 de abril de 1947, em Connecticut, Estados Unidos. Aos 13 anos, Roy começou um pequeno negócio em Fairfield, Connecticut, onde produzia convites de casamento. Esse empreendimento precoce mostrou desde cedo sua habilidade em identificar oportunidades de negócios e sua paixão por empreender. Ele se formou em administração de empresas pela Stanford Graduate School of Business em 1971 e obteve seu bacharelado em 1969 pela Tufts University.
Antes de fundar a Victoria's Secret, Roy trabalhou em marketing para várias empresas, incluindo Guild Wineries, Richardson-Merrell e a Vicks Company. Ele foi casado com Gaye Raymond e tiveram dois filhos juntos: Christopher Raymond e Jennifer Raymond. Infelizmente, Roy Raymond enfrentou dificuldades financeiras e pessoais após vender a empresa, e em 26 de agosto de 1993, aos 46 anos, ele tirou sua própria vida em San Francisco, Califórnia
Fundação da marca Victoria's Secret
A primeira loja Victoria's Secret foi fundada em 12 de junho de 1977 por Roy Raymond e sua esposa, Gaye Raymond, no Stanford Shopping Center, em Palo Alto, Califórnia. Roy percebeu como era desconfortável para os homens comprar lingerie para suas esposas nas lojas tradicionais. Naquela época, a compra de peças íntimas femininas era considerada embaraçosa. Roy decidiu, então, criar um ambiente elegante e acolhedor onde os homens pudessem escolher presentes com mais facilidade e confiança, transformando a experiência de compra em algo agradável e sofisticado.
Significado de Victoria's Secret
O nome "Victoria's Secret" tem uma origem envolta em mistério, com diferentes fontes contando histórias distintas. Alguns afirmam que Roy escolheu o nome em homenagem à Rainha Vitória, associando-o à elegância e sofisticação da monarquia britânica. Outras fontes sugerem que o nome foi inspirado na era vitoriana, conhecida por seu estilo arquitetônico e sua atmosfera de refinamento, que Roy reproduziu nas lojas da marca. A combinação dessas influências ajudou a criar a imagem de elegância e sensualidade que a marca evoca.
Crescimento e expansão
Nos primeiros anos, a Victoria's Secret rapidamente se tornou um sucesso, levando Roy e Gaye Raymond a expandir com mais lojas físicas e catálogos de vendas. No entanto, Roy enfrentou dificuldades em se adaptar às mudanças do mercado e suas tentativas de abrir outras empresas não tiveram êxito.
Isso, somado à necessidade de maior capital e gestão experiente, fez com que ele buscasse um comprador. E em 1982, Roy vendeu a empresa para Leslie Wexner, fundador da L Brands, por cerca de 1 milhão de dólares. Wexner, enxergando um potencial imenso na marca, transformou-a em um ícone global da moda íntima.
Na década de 1990, a Victoria's Secret se consolidou como líder do mercado de lingerie. Durante esses anos, a marca não só expandiu significativamente sua presença global, como também lançou campanhas publicitárias memoráveis, que se tornaram cada vez mais ousadas e sensuais, definindo novos padrões para a moda íntima.
Além disso, em 1991, a empresa diversificou sua linha de produtos ao lançar sua própria linha de fragrâncias. Posteriormente, incluiu roupas de banho, acessórios e cosméticos, reforçando ainda mais seu domínio no mercado e capturando a imaginação dos consumidores ao redor do mundo.
Transformação em marca global
O grande destaque da marca ocorreu em 1995, com o lançamento do Victoria's Secret Fashion Show em Nova York, Estados Unidos. Esse evento anual reunia as mais belas modelos do mundo vestindo as criações mais elaboradas da marca. Os desfiles rapidamente se tornaram um fenômeno global, não apenas como simples desfiles, mas como verdadeiros shows e experiências inesquecíveis para o público.
A criação das Angels e do Fantasy Bra foram os marcos icônicos para a marca. Em 2015 a marca dominava 40% do mercado americano de lingirie, eles chegaram a gerar em vendas 7.7 bilhoes de dólares anualmente
Tradição do Fantasy Bra
Outra grande jogada da marca em 1996, foi a criação do Fantasy Bra, uma peça de lingerie incrivelmente elaborada, com um design único a cada edição, confeccionada com diamantes, rubis, esmeraldas e outras gemas preciosas. A cada ano, uma Angel é selecionada para usar essa lingerie especial, que representa o ápice do glamour e da criatividade da marca. Angels icônicas como Gisele Bündchen, Adriana Lima, Alessandra Ambrósio e Heidi Klum tiveram a honra de desfilar com o Fantasy Bra, tornando esse momento um dos mais aguardados e memoráveis do evento.
As Angels da Victoria's Secret
Introduzidas em 1997, as Angels foram idealizadas para serem embaixadoras da marca, personificando glamour, confiança e sensualidade. Estas supermodelos, vestidas com asas exuberantes, tornaram-se uma atração central do Victoria's Secret Fashion Show, adicionando um toque de fantasia e magia ao evento.
No mesmo ano, Tyra Banks faz história ao se tornar a primeira modelo negra a assinar um contrato com a Victoria's Secret. Ela não apenas desfilou nas passarelas, mas também se destacou em campanhas publicitárias, tornando-se um dos rostos mais reconhecidos da marca. Tyra inspirou uma geração de modelos e abriu caminho para maior diversidade na moda.
Ao longo dos anos, Angels como Tyra Banks, Heidi Klum, Gisele Bündchen, Adriana Lima, Alessandra Ambrósio, Candice Swanepoel, Gigi Hadid, Barbara Palvin, Ashley Graham e Isabeli Fontana se tornaram verdadeiros ícones da moda, solidificando ainda mais a posição de destaque da marca no mundo da lingerie e moda íntima.
Polêmicas e controvérsias
A primeira controvérsia aconteceu em 2002, durante o VSFS em Nova York. Quatro ativistas dos direitos dos animais invadiram a passarela segurando cartazes, enquanto a modelo brasileira Gisele Bündchen, então com 22 anos, desfilava para a marca. Esse protesto trouxe à tona questões éticas relacionadas ao uso de peles e outros produtos de origem animal na moda.
A primeira grande polêmica da marca ocorreu em 2018, quando Ed Razek, então diretor de marketing, fez comentários controversos sobre a inclusão de modelos transgênero e plus-size no VSFS. Além disso, ele foi acusado de assediar modelos, tentando beijá-las, pedindo para sentar no colo dele ou tentando tocá-las de maneira inadequada. Quando elas se recusavam, ele ameaçava demiti-las e manchar seus nomes no mercado.
Em 2007, Muise relatou que rejeitou repetidamente as investidas de Razek e, como resultado, não foi escalada para o desfile do ano seguinte. Durante uma prova de roupa em 2018, Razek fez comentários inapropriados sobre os seios de Hadid e sugeriu que ela não usasse calcinha. Essas e várias outras alegações destacam um padrão de comportamento que contribuiu para a cultura tóxica dentro da empresa.
Além das críticas por promover padrões de beleza irreais, a Victoria's Secret enfrentou severas acusações por não incluir modelos de diferentes etnias e tamanhos em seus desfiles. A marca foi acusada de objetificar o corpo feminino e reforçar estereótipos, o que levou a uma reflexão interna e a mudanças significativas na estratégia nos anos seguintes.
Em 2019, Leslie Wexner foi envolvido em uma enorme polêmica devido à sua relação com o criminoso sexual Jeffrey Epstein. Essa associação manchou a reputação de Wexner e da Victoria's Secret, levando a pedidos de transparência e responsabilidade. Em fevereiro de 2020, a empresa anunciou o fechamento de várias lojas físicas e uma reestruturação significativa.
Em 2021, a L Brands vendeu a Victoria's Secret para a Sycamore Partners por 525 milhões de dólares, que agora possui 55% da marca. Já em 2022, é lançado um documentário que gerou uma grande repercussão na mídia e nas redes sociais, levando muitos a questionar a ética e as práticas da Victoria's Secret.
A marca enfrentou críticas significativas e foi forçada a reavaliar suas políticas, promovendo maior diversidade e inclusão em suas campanhas e desfiles. No entanto, apesar de tentar se adaptar com modelos mais diversas e produtos que atendessem a diferentes tipos de corpo, essas mudanças foram lentas e muitas vezes insuficientes para satisfazer os críticos.
O polêmico documentário: Victoria's Secret - Angels and Demons
Em 2022, a Hulu lançou o documentário Victoria's Secret: Angels and Demons, que revelou diversos problemas internos da empresa. Dirigido por Matt Tyrnauer, o documentário de três partes explorou a ascensão e queda da marca, focando especialmente na relação de entre Leslie Wexner e Jeffrey Epstein, um financista acusado de tráfico sexual.
A série revelou que Wexner havia concedido a Epstein amplos poderes sobre suas finanças, doações de caridade e acesso às modelos da marca. Isso levantou questões sobre o nível de conhecimento e envolvimento de Wexner nas atividades ilícitas de Epstein, além de questionar a responsabilidade da marca em relação às suas práticas de contratação e segurança.
Outros problemas revelados:
Magreza extrema e imagem corporal: O documentário destacou a pressão sobre as modelos para manter um peso extremamente baixo, promovendo uma imagem corporal que muitos consideram inatingível e prejudicial.
Cultura de misoginia: Relatos de modelos e ex-funcionários sobre a cultura de misoginia dentro da empresa foram expostos, incluindo alegações de assédio sexual e comportamento inadequado por parte de executivos.
Perda de relevância: O documentário também abordou como a marca perdeu o contato com seus clientes e enfrentou uma crise de identidade e reputação, especialmente após os comentários controversos de Ed Razek.
O fim de uma era e uma nova direção
Em 2019, a Victoria's Secret anunciou o cancelamento do seu tradicional desfile de moda. A decisão foi motivada pela queda nas vendas e pela perda de relevância da marca entre as novas gerações, que buscavam uma representação mais inclusiva e autêntica na indústria da moda.
A marca está atualmente em um processo de reinvenção, buscando se conectar com um público mais amplo e diversificado. A marca está investindo em campanhas que celebram a beleza em todas as suas formas e que promovem a positividade corporal.
Com mudanças internas, a marca parece estar pronta para um renascimento. A volta triunfante do Victoria's Secret Fashion Show em 2024 marcou o início dessa nova era. Quer saber mais sobre como foi esse retorno espetacular? Clique no link e descubra os detalhes do desfile.
A evolução e o legado da Victoria's Secret
A marca, que já foi sinônimo de glamour e sensualidade, está agora em busca de um novo significado, adaptando-se às demandas de um público mais exigente e consciente. Ao longo das décadas, a Victoria's Secret enfrentou altos e baixos, reinventando-se em resposta às críticas e mudanças no mercado. Desde sua fundação visionária até os recentes esforços de inclusão e diversidade, a marca permanece resiliente, vamos ver o que o futuro reserva para este ícone global.
Como em qualquer outro artigo sobre histórias de marcas, gostei muito de escrever este. No entanto, não fiquei completamente satisfeita, pois não consegui obter todas as informações que eu gostaria. Além disso, esta é uma das poucas marcas famosas que têm muitas polêmicas, e algumas delas, como mulher, me deixam muito triste. Espero que este artigo traga reflexões e que compartilhem suas opiniões e comentários.
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